Nelson Baltazar Presidente do SUCH
Eng.º Nelson Baltazar,
presidente do Conselho de Administração do SUCH
Por força do Despacho n.º 10558/2010, do Secretário de Estado da Saúde (Diário da República 2ª Série, n.º 121, 24 de Junho 2010), o nosso conterrâneo abrantino e amigo Eng.º Nélson Baltazar foi nomeado Presidente do Conselho de Administração do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH). Várias razões motivam este registo.
A década de 80 do século XX tinha-se iniciado há pouco, quando a vida me pôs em contacto com o Nelson Madeira Baltazar, com a vertente profissional a empurrar, por assim dizer, apesar de distintas as funções. Eu vinha de férias para a Carreira do Mato e visitava regularmente o Hospital de Abrantes, hoje integrado no Centro Hospitalar do Médio Tejo.
Profissionalmente, o trabalho aproximava-nos, e o seu interesse, a sua disponibilidade, espírito de ajuda e colaboração deram-me segurança e apoio, ao longo dos quase dois anos em que, no “meu” hospital, tive que desempenhar, funções e tarefas que se situavam para além das responsabilidades de uma chefia administrativa, numa área técnica que ele coordenava e conhecia bem.
Escapará ao comum dos amigos o que é chegar ao fim de um dia ou de uma semana de trabalho num Hospital e levar na mente, para casa, questões como: “Se houver trovoada, se falhar a energia eléctrica na rede, será que o gerador de emergência vai arrancar?”. “Será que a central de gases medicinais vai aguentar o movimento?”. “Os vidros dos filtros de cal sodada dos aparelhos de anestesia irão aguentar-se?”. “As máquinas e os secadores da rouparia não irão abaixo? A roupa não vai faltar?”. “E os ventiladores da unidade de cuidados intensivos? E o bisturi eléctrico? E os aparelhos de Raios X?”...
Não esqueço, por exemplo, a instalação de ar condicionado no Serviço de Sangue do “meu” Hospital. Pedi-lhe ajuda, é claro. À data, os equipamentos de telecópia (fax) eram novidade, mas a troca de fórmulas e de desenhos foi abundante, com perguntas e recomendações sobre a localização dos aparelhos, tendo em conta a circulação do ar, face à exposição a Sul (mais sol, mais calor), e mais uma série de pormenores.
As instituições são impessoais ou de má memória, e o tempo simplesmente terá levado os factos, já que os problemas eram solucionados ou resolvidos, ou nem por eles se dava.
Este amigo é um técnico de engenharia hospitalar com experiência, com lugar e carreira há muito adquiridos. Engenheiro electrotécnico por formação académica, tem desempenhado funções de responsabilidade (Deputado, Governador Civil de Santarém, Secretário de Estado dos Recursos Humanos e Modernização da Saúde, Presidente do Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta). É membro da Assembleia Municipal de Abrantes
“Mas, afinal, o que é o SUCH?” – perguntar-se-à.
O chamado Serviço de Utilização Comum dos Hospitais foi instituído há quase 45 anos, por um conjunto de hospitais associados, aos quais fornece serviços específicos. O número de associados viria, aliás, engrossando, e não nos ocorre um hospital que dispense, de todo, os seus serviços.
O SUCH está subdividido em três grandes zonas (Norte, Centro e Sul, grosso modo), e detém know-how em áreas de instalações e equipamentos, como electromedicina, instalações eléctricas, mecânicas e de fluidos, passando pelo tratamento de resíduos (lixos) e de roupas, com as especificidades técnicas, legais e ambientais adequadas. Também é parceiro importante no desenvolvimento de projectos, planos de acção e assessoria técnica. Aos hospitais – ou outras unidades de saúde - cabe o pagamento de quotas e dos serviços prestados, com direito a dividendos e participação nas assembleias-gerais. O SUCH também pode vender os seus serviços a particulares, designadamente na área da saúde, onde se destacam serviços geridos pelas Misericórdias. Actualmente, tem cerca de 3.000 colaboradores, a nível nacional.
De um ponto de vista histórico, o SUCH foi determinante no gradual desenvolvimento dos sistemas de informatização e de compras centralizadas, ainda que, muitas vezes, com âmbito regional. Não esqueceremos, também, o seu papel dinamizador em matéria de formação dirigida a diversos grupos profissionais, na área da saúde.
Ficam estes registos para agora e, eventualmente, para a posteridade, pois a história de um homem é a sua própria vida – o que também é filosoficamente discutível.
Ao meu amigo Baltazar (que não sonha com a maldade deste escrito) um abraço solidário.
Manuel Paula Maça
manoel.maza@gmail.com
2 de Setembro de 2010
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